Campanha não financiada
Finalizada em 22/02/2025
"O SILÊNCIO NÃO TEM ASAS", DE GILSON FAGUNDES JR.
"O SILÊNCIO NÃO TEM ASAS", DE GILSON FAGUNDES JR.
PRÉ-VENDA DO LIVRO "O SILÊNCIO NÃO TEM ASAS", DE GILSON FAGUNDES JR.
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PRÉ-VENDA DO LIVRO "O SILÊNCIO NÃO TEM ASAS", DE GILSON FAGUNDES JR.
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R$ 2.085
arrecadados
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da meta 2
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Editora Urutau
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A editora Urutau nasceu para cantar as horas diante das páginas. Nos últimos cinco anos já publicamos mais de mil livros sem qualquer custo para os autores e as autoras.

Nosso site é www.editoraurutau.com.br

 

 

Essa pré-venda é de Gilson Fagundes Jr. para a publicação do livro "O silêncio não tem asas".

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O Gato

 

Hoje meu gato morreu.

Foi uma morte inesperada — sem nenhum aviso. No início da tarde ele estava gelado, estendido sobre o sofá. A televisão ligada, exibia a estática de um canal inexistente, chiando bem baixinho — sussurrava. O gato estava com a cabeça virada para a porta de meu quarto, espera eu acordar, seus olhos permanecem fechados em um sono profundo. Seu corpo corcovado estava duro e os pelos reluziam uma textura opaca. O gato não tinha nome, eu o chamava apenas de gato.

O gato e eu nos conhecemos de uma maneira inesperada: um dia pela manhã, quando acordei, percebi que havia um felino em minha varanda, ele não miava, mas aparentava fome, dei-lhe um pouco do que restou do almoço —  asa de frango e um pouco de leite. Cogitei falar com algum dos vizinhos, mas desisti da ideia, o dono logo viria buscá-lo — nunca veio. E o gato se tornou o meu gato.

Quando vivo, o gato tinha um olhar profundo e contínuo, como se analisasse constantemente as pessoas e suas formas. Às vezes pela noite, quando imerso em uma leitura, eu era surpreendido com o olhar duro do gato, olhar que fixa nos olhos, olhos que reluzem e nada dizem. Vendo-o curvado sobre o sofá, percebi que não tivera uma morte dolorida, talvez nem ele tenha percebido a própria morte.

Um alívio tomou parte de mim, talvez o gato esteja fadado a sonhar eternamente — tendo sempre a sua ração favorita, o seu lugar garantido no sofá e na cama, e minha mão à sua disposição sempre que necessitar de um carinho.

Acomodei o gato em uma caixa de sapatos, deixei-o no assento traseiro do carro. Tive uma sensação estranha ao dar partida no carro: quanto tempo não o ligara? Não sabia dizer. Liguei o som, o pen-drive dela estava fixado no aparelho. O rock começou. Segui a estrada sem saber exatamente para onde ia. As músicas eram uma coletânea que ela gostava de escutar enquanto viajávamos, foi uma forma que ela encontrou de se divertir durante horas seguidas de estrada. A maioria das músicas eu já gostara muito no passado: A-ha, The Police, Bee Gees, Desireless, Billy Idol, R.E.M., Depeche Mode, The Human League, Pet Shop Boys, Blondie, Madonna, David Bowie, Talk Talk… Músicas que apareciam e desapareciam como palavras que se perdem ao vento, que não sabem para onde ir, músicas que se confundem com o som estridente do vento que penetra pelas janelas do carro.

Melancólico, fechei as janelas.
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Ao alcançarmos a primeira meta, iniciaremos o processo de produção do livro (revisão, diagramação, produção da capa, pedido de ISBN, ficha catalográfica, impressão). Além disso. 10% de todos os livros impressos serão entregues como pagamento de direitos autorais. Assim que o livro estiver pronto, será promovido um lançamento.
As recompensas serão livros, autógrafos e pequenos mimos. 
Agradecemos muito pelo apoio de todas e todos e desejamos que sempre exista luz.